Sobrevivente de ataque de 'serial killer de Maceió' diz que ficou com sequelas e passou um mês em coma
04/09/2025
(Foto: Reprodução) Alan Vitor dos Santos Soares depôs e disse que ficou com sequelas após sofrer atentado do 'serial killer de Maceió'
Anderson Macena/MP-AL
Uma vítima que sobreviveu ao ataque do serial killer de Maceió, Albino Santos de Lima, depôs como testemunha durante júri nesta quinta-feira (4). Alan Vitor dos Santos Soares, de 21 anos, foi baleado e ficou um mês em coma. O julgamento aconteceu no Fórum do Barro. Albino foi condenado a 14 anos e sete meses de prisão somente por esse crime; ele também terá que pagar indenização no valor de R$ 50 mil à vítima.
Apesar de assumir a autoria de 18 assassinatos anteriormente, durante o julgamento nesta quinta, Albino confessou apenas uma morte. Depois que foi preso, o serial killer passou por uma série de avaliações psiquiátricas e foi provado que ele tem plena capacidade mental e pode responder pelos crimes.
A tentativa de assassinato de Alan Vitor aconteceu no dia 12 de junho de 2024, no Vergel do Lago, enquanto o jovem retornava do trabalho para a casa da avó. Ele percebeu que estava sendo seguido e, nesse momento, foi atingido por quatro tiros, sendo um na nuca, dois no pulmão e um de raspão na orelha.
Durante o júri nesta quinta-feira, Alan narrou que passou dois meses internados, sendo 30 dias em coma. De acordo com o Ministério Público do Estado de Alagoas MP-AL, o testemunho dele foi fundamental para o avanço das investigações, já que ele procurou a polícia para fazer a denúncia contra Albino após o caso estourar na mídia.
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A irmã de Alan, Laura Nicole, se emocionou durante o júri. Ela disse que o irmão “sempre foi do bem” e que não tem envolvimento com drogas. Ela contou que no dia em que Alan foi baleado ela ouviu os quatro disparos e quando correu para ver quem era vítima, percebeu que era o irmão dela.
Após o ataque, ela informou que Alan passou a ter crises de epilepsia. Laura contou também que o irmão trabalhava como barbeiro e, devido ao atentado, ele passou a ter limitação nas mãos. A vítima era seguida por Albino nas redes sociais.
Wesley Michael Alves dos Santos, amigo de infância da vítima, também depôs. Ele disse que ouviu os disparos e quando foi para a rua viu Albino passando, vestido de preto. A promotoria mostrou fotos do serial killer para a testemunha, que o reconheceu. Wesley disse que nunca havia visto Albino antes do atentado.
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Contradições
Albino Santos de Lima, serial killer de Maceió
Anderson Macena/MP-AL
Durante o júri, Albino Santos de Lima negou ter assassinado o barbeiro Emerson Wagner e negou também que seguia a vítima no Instagram, afirmando que o perfil apontado pela polícia nas redes sociais não era dele.
Ao ser indagado sobre fotos de Alan em seu celular, Albino contou que deve ter baixado a imagem automaticamente em algum grupo. O promotor perguntou quantas pessoas o réu já matou, Albino respondeu que apenas uma, sem informar quem seria a vítima.
A advogada assistente de acusação, Júlia Nunes, perguntou porque Albino confessou os crimes na delegacia, dando detalhes sobre o crime, e agora estava negando as autorias.
O réu afirmou que na noite do depoimento não tinha tomado seus medicamentos e nem dormido por causa de mosquitos. Ele respondeu que estava cansado e que queria sair da delegacia o mais rápido possível.
Condenações
Louise Melo, 18 anos, morta no Vergel do Lago, em Maceió
Redes sociais
O serial killer de Maceió, Albino dos Santos Lima foi condenado a 24 anos e 6 meses de reclusão, pela morte da mulher trans Louise Gbyson Vieira de Melo. Além de Louise, Albino confessou ter matado outras 17 pessoas. O júri popular aconteceu no Fórum do Barro Duro e foi conduzido pelo juiz Yulli Roter.
À época, Albino disse que foi "possuído pelo fogo do arcanjo Miguel" e que o seu corpo foi um instrumento para a prática do feminicídio. Segundo ele "arcanjo foi o autor intelectual" do crime.
Em abril, Albino foi condenado pela morte do barbeiro Emerson Wagner da Silva, 37 anos, e pela tentativa de homicídio contra uma jovem. Nesses dois casos, ele foi condenado a 37 anos de prisão.
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